Professores de Serviço Social apontam a importância de combater o preconceito na sociedade moderna

Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha mostra que a percepção de preconceito cresceu consideravelmente entre os brasileiros na última década. Para se ter uma ideia, três em cada dez entrevistados […]

01/10/2020

Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha mostra que a percepção de preconceito cresceu consideravelmente entre os brasileiros na última década. Para se ter uma ideia, três em cada dez entrevistados (30%) revelaram que já sofreram preconceito devido a sua classe social – em 2008 o número era de 23%.

E vários outros preconceitos tiveram crescimento percentual em comparação a pesquisa de 2008: devido ao local de moradia (eram 21%, agora 28%), por religião (antes 20%, depois 26%), gênero (saltou de 11% para 24%), orientação sexual (de 4% para 9%) e cor ou raça (de 11% em pesquisa de 2007 para 22% na última).

Segundo o docente do curso de Serviço Social do CEUNSP, Prof.º Dr. José Aparecido Batista Júnior, “o preconceito é uma expressão que merece atenção por envolver múltiplos aspectos na formação social, cultural, educacional, psicológica, legal e econômica de um indivíduo e grupo social”.

O docente também explica que a questão central sobre o preconceito, seja ele por qualquer motivação, é a falta de conhecimento e a indisponibilidade para aproximação com pessoas diferentes.

Principais razões

Para a professora Rita de Cássia Diogo, que também leciona no curso de Serviço Social do CEUNSP, o preconceito e a pessoa preconceituosa existem e são fortalecidos pela forma com que as pessoas atualmente se relacionam, em disputas constantes, impulsionadas pela sociedade capitalista.

“Essas atitudes excludentes e conflituosas refletem diretamente nas relações sociais e supervalorizam as características pessoais, que corroboram com a formação da identidade humana, porém como são postas transformam-nas em algo negativo”, avalia a docente.

Para os especialistas, só há conscientização com a disponibilidade para absorver novas informações, ainda que sejam contrárias à sua ideologia. Deste modo, as principais armas para o combate às atitudes preconceituosas são a informação e a criação de ambientes democráticos com debates críticos e provocativos, por meio de bases teóricas, que ultrapassem o “achismo”.

“Portanto, a conscientização é um processo particular, no qual a pessoa por meio do acesso efetivo, eficiente e eficaz às políticas públicas pode internalizar que as relações são estabelecidas no cotidiano, espaço contraditório e de tensões. Precisamos aprender a conviver e, para isso, o senso crítico e nossos níveis de tolerância e respeito precisam ser permanentes”, destaca a professora Rita.

Assistência social

Por fim, o professor José Aparecido avalia a importância da formação em Serviço Social diante dessa temática. “Por meio de bases teóricas e com espaços para debates técnicos e humanizados, podemos auxiliar na minimização desse problema e até mesmo em sua extinção”.

Uma das responsabilidades das Instituições de Ensino Superior é formar estudantes capazes de estarem neste contexto de forma crítica e provocativa, com apoio efetivo da sociedade com ações inclusivas e afirmativas. Com tolerância e respeito, podemos caminhar na luta coletiva pelo fim do preconceito.

“O objetivo central da intervenção da/o assistente social é diminuir a desigualdade social, sobretudo por meio de acesso à informação, garantia de direitos legalmente instituídos e trabalho em rede (interdisciplinar). Sem dúvida, um primeiro caminho é reconhecer que os preconceitos existem e que é preciso discutir esse problema”, esclarece o professor.

Aproveite para saber mais sobre o curso de Serviço Social do CEUNSP.

Abaixo você conhece os professores José Aparecido Batista Júnior e Rita de Cássia Diogo.

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